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Talvez você já tenha ouvido sobre a produção da Netflix que entrou em cartaz na semana passada no Brasil, com a qual um grupo de brasileiros, inclusive muitos cristãos evangélicos e católicos, sentiu-se bastante incomodado. A série “Super Drags”, mesmo sendo uma animação, destina-se ao público adulto e tem classificação indicativa para maiores de 16 anos. A produção vem recebendo muitas criticas e protestos de civis, entidades e parlamentares.

Uma das críticas mais acertadas, para mim, veio da Sociedade Brasileira de Pediatria, que aponta que a série vem a “utilizar uma linguagem eminentemente infantil para discutir tópicos próprios do mundo adulto”, já que a temática de super-heróis é de fácil identificação com as crianças. A entidade pediu o cancelamento da exibição, sem êxito. Até aí, tudo normal. Num país livre, todos têm o direito de expressão e opinião, independentemente da produção.

Particularmente, não assisti a série e não tenho interesse fazê-lo, mas acompanhei a polêmica em torno da estreia e fui muito questionado sobre a minha opinião, sendo até instigado a levantar um boicote à empresa. A todos expliquei porque não abraçaria esta causa em protesto público. Sigo a seguinte linha de pensamento: será que na TV aberta muitas produções (incluindo novelas em horários vespertinos) não são ainda mais nocivas às nossas crianças? Será que na própria Netflix este é o único conteúdo nocivo? Penso que nós, pais, precisamos conversar mais com nossos filhos e, dentro de cada lar, criar nossas próprias regras de valores e seguranças para cinema, TV aberta, por assinatura e por streaming. Produções nocivas sempre serão produzidas por muitos meios, e muitas delas são consumidas por nós sem nenhum questionamento. Infelizmente, há muito sendo produzido em nome da cultura e do entretenimento que está carregado de mensagens tóxicas. Pessoas estão se “drogando” com produções que estão prestando um desserviço à sua vida emocional e espiritual.

Por outro lado, há muitos cristãos evangélicos brigando por tudo, esperando o comportamento de um cristão convertido de pessoais ateístas ou até militantes contra a fé cristã. Não podemos atacar todos que pensam diferente, pois podemos cair num ativismo perigoso, inclusive para a comunicação da mensagem do evangelho de Cristo, que é, antes de tudo, um convite para um relacionamento pessoal de amor entre Deus e o homem. Não é uma carga religiosa punitiva e ameaçadora de um deus tirano aos pecadores pressionados. Acredito que alguns cristãos estão se esquecendo de que nem todo mundo é cristão e que nem todos têm os mesmos princípios e valores com relação a entretenimento e sexualidade.

No caso da Netflix, ele é um serviço de fácil controle para os pais, que podem criar senhas exclusivas para que seus filhos tenham um ambiente seguro de entretenimento. Não adianta protestar contra o canal pago e deixar a TV aberta de babá para seus filhos ou expô-los a jogos violentos e sites pornográficos em seus celulares. Sobre isso, Jesus também falou: “Vocês coam um mosquito e engolem um camelo” (Mateus 23:24). Em sua defesa, a Netflix reafirmou que o seriado não é destinado a crianças e não estaria disponível no catálogo infantil, acrescentando que os responsáveis podem controlar o que os filhos assistem pelas configurações no próprio aplicativo. Pense nisto e vamos viver com mais sabedoria e menos polêmica!

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