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Como você está? Você pode escolher a alegria hoje! Quem conheceu a Jesus, conheceu o amor, que sua primeira virtude ao mundo como fruto do Espirito é alegria. Quem ama de fato, tem uma transbordante alegria interior, que é muito maior do que um efêmero momento de felicidade baseado nas circunstâncias temporais. A alegria como fruto do Espírito, por vir do céu, está acima das circunstâncias terrenas.

A palavra utilizada para “alegria”, no original grego, é χαρά (chara), que está relacionada com as palavras χάρις (charis), que é normalmente traduzida por “graça”, e χάρισμα (charisma), que significa tanto um presente de graça, sem custo, quanto proveniente da graça.

Desde a era clássica, esses sentidos já eram correntes. Havia o sentido literal para charis e charisma, que denotava beleza ou charme – de onde temos a palavra “carisma”, mas também havia o sentido figurado, que indicava uma inclinação, uma predisposição a ser favorável a alguém.

Por isso, no grego koiné, se utiliza para dizer “graça”. Mas charis era utilizada tanto para quem é favorável quanto para quem recebia o favor, ou seja, também significava o sentimento de ser contemplado pela graça, e, por extensão, de gratidão. Dessa forma, chara, que significa “alegria”, “deleite”, está conectada à condição de quem sente e recebe a graça.

A alegria, portanto, é algo extremamente caro ao Espírito Santo, por estar conectada ao receber de graça e também de dons – por isso também são chamadas as igrejas pentecostais de “carismáticas” – e pelo Espírito Santo ser quem derrama os dons no corpo de Cristo.

Chara aparece 59 vezes no Novo Testamento, sem contar as ocorrências também abundantes de charis e charisma e as ainda mais frequentes aparições do verbo χαίρω (chairó, “se alegrar”, “ser grato”), que deu origem àqueles termos. A alegria é um fruto do Espírito justamente por ser o seu dom.

A salvação em Cristo e o batismo pelo Espírito Santo são sempre acompanhados de plena alegria, e este é o desejo do Pai, que nos deleitemos em Seus caminhos.

O contraste aqui, portanto, é com a origem desse deleite: em Lucas 8, lemos a parábola do semeador, em que as sementes representam o Evangelho, e o solo, o coração dos ouvintes. Em muitos casos, recebe-se o Evangelho com alegria (v. 13: μετὰ χαρᾶς, meta charas), logo ele é sufocado pelos prazeres da vida (v. 14: ἡδονῶν τοῦ βίου, hedonon tou bio). A palavra ἡδονή (hedoné) e suas variações só aparece em quatro instâncias no Novo Testamento, alertando contra os prazeres deste mundo. A questão não é, como para todos os frutos do Espírito, o sentimento em si, mas de onde ele vem. A alegria e o prazer são desejados, mas somente aqueles que vêm de Deus. Isso não é uma restrição – pois como vemos, há plena abundância de alegria na Palavra, e está acessível a quem desejar.

Na carta de Paulo aos Filipenses, Alegria (CHARA) aparece 5 vezes. (Fp 1.4). E o verbo “regozijai-vos” (chairen) 11 vezes, como em (Fp 1.18).  Isso tem todo um sentido, indica diretamente de onde vinha a satisfação de Paulo. Esta é a mais “alegre” carta do Novo Testamento. Do início ao final a alegria é a nota dominante nesta carta de Paulo, não porque ele não tinha problemas terrenos, pessoais ou ministeriais, mas porque Paulo escolheu andar satisfeito em Jesus e viver na abundancia do céu na Terra – por isto podia amar e alegrar-se sempre no Senhor.

Nestes dias difíceis, a despeito das circunstâncias, escolha a alegria, porque o amor como Fruto do Espírito está dentro de você – apenas deixe vir para fora!

Carlito Paes

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