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A POLÊMICA SÉRIE “SUPER DRAGS”
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O Brasil tem um novo presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro. Tendo votado nele ou não, goste dele ou não, como democratas e republicanos, para o bem do país, precisamos torcer para que ele faça um bom governo. Não precisamos concordar com todos os seus atos, mas, devemos dar o crédito do tempo e avaliar se ele fará as reformas que o nosso país precisa para voltar a crescer e se vai governar para todos!

O presidente eleito recebeu 57.797.456 milhões de votos, vencendo as eleições com 55,13% do total no segundo turno, contra 47.040.819 milhões de votos, ou 44,87%, do seu oponente Fernando Haddad. A possibilidade de você, leitor do estado de São Paulo, ter votado nele é grande, já que Bolsonaro obteve mais de 15 milhões de votos no estado, contabilizando 67,97% dos votos válidos. Venceu em 631 municípios do estado, contra apenas 14 de seu oponente. Em São José dos Campos, venceu com 279.797 votos (76,21%), contra 87.356 votos (23,79%). No vale do Paraíba, a única cidade onde o Haddad venceu foi em Areias.

Mas, não se trata apenas de uma vitória eleitoral de um candidato. Acabamos de participar da mais controversa eleição em nosso país. Por vários motivos, as eleições de 2018 ficarão para sempre em nossa memória e na história do povo brasileiro. O resultado destas eleições, incluindo as grandes surpresas de alguns candidatos que foram eleitos e outros que não foram em todos cargos do legislativos e executivo estadual e federal, é o resultado de uma reação nacional. Jair Bolsonaro disse esta semana em entrevista que ele tinha tudo para não ganhar: partido pequeno, sem verba para financiamento público da campanha, sem tempo de TV, crítica de boa parte da imprensa, um mar de “fake news” e bandeiras de campanha que alguns julgavam retrógradas, como a defesa da família tradicional. E ainda, um atentado que o tirou de circulação das ruas.

Na verdade, o cenário de hoje tem suas raízes nos efeitos da operação Lava Jato da Polícia Federal, que veio em sequência dos rescaldos dos episódios do “Mensalão” e “Petrolão” que atingiram em cheio muitos candidatos do PT e seus aliados nos governos Lula e Dilma. E também como resultado do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. Os efeitos já foram sentidos nas últimas eleições municipais de 2016, na qual o PT viu-se completamente atingido pelas denúncias de corrupção. E agora, o efeito é ainda mais claro nas eleições deste ano.

O fato é que Bolsonaro também chegou lá porque alguns políticos e partidos tradicionais não conseguiram fazer a leitura do momento do país a tempo. Em suas bolhas, ficaram achando que o Bozo” com o estigma de racista, machista e homofóbico iria se desidratar. Mas não foi isso que aconteceu. Pelo contrário, tornou-se um tsunami que passou por cima do sistema. A maioria da sociedade não comprou o #EleNão das celebridades e o que deu foi o #EleSim do povo.

Um exemplo foi justamente o que aconteceu com uma das proponentes ao impeachment da ex-presidente, a professora e advogada Janaína Paschoal, eleita como a deputada estadual mais votada na história do país. Foram 2.031.829 votos; só em São José dos Campos, obteve 36.616, isto é, 10,23% dos votos da cidade para Deputado Estadual. Pelo voto de legenda, o efeito para o legislativo foi devastador para os oponentes de Jair Bolsonaro e seu partido PSL, que elegeu centenas de deputados em todos os estados. Fato a ser repensado seriamente na reforma política que precisa ser feita por ele mesmo em seu governo.

Precisamos de “mais Brasil e menos Brasília”, disse Jair Bolsonaro em seu discurso de vitória. Concordo com ele, mas sabemos que isso exigirá dele muita disposição, coragem, força, conversas, negociações e boa política. A endêmica politicagem do “toma lá, dá cá”, esta praga devastadora em nossa nação nos níveis municipal, estadual e federal, precisa acabar. Diante das condições em que chegou à presidência, ele precisa realizar essas reformas. Dificilmente outro governante será eleito com tantas condições de governar com uma equipe capaz, competente e íntegra. Vamos aguardar!

O Brasil, não votou apenas nele, votou contra a volta do PT. A rejeição ao partido cresceu muito nos últimos anos! Em minha opinião, o povo arriscou na mudança, no novo, visto que o PT já tinha tido sua oportunidade por 4 mandatos e não entregou o que prometeu. E ainda, a longo prazo, envolveu-se no maior escândalo de desvios de um governo público do mundo. Mudar foi a opção. Contudo, agora é tempo de avaliar os sinais – que até aqui parecem positivos – além de orar, acompanhar e esperar que dê certo. Como Bolsonaro mesmo disse no seu primeiro ato público após as eleições, em um culto de uma igreja evangélica Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, ele não se sente o mais preparado, mas sabe que Deus capacita os escolhidos. A primeira fala é sobre humildade, e a segunda, sobre fé. Penso que são duas boas virtudes que ajudam qualquer pessoa e penso que faltaram um pouco aos nossos últimos presidentes. Quem sabe não vai dar certo? A vida segue! Vamos trabalhar, por mais Brasil!

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