O SEU FUTURO JÁ COMEÇOU
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A fé cristã tem uma raiz judaica, mas não é o mesmo que o judaísmo. A Lei de Moisés é imperfeita, pois é realizada também pelo esforço humano. A fé cristã tem uma Pedra de Esquina, fundamentada nos Evangelhos de Jesus. Tem uma doutrina apostólica da fé e uma essência na Palavra de Deus. Ela é revelada profeticamente pelos patriarcas, juízes e reis de Israel, mas vai além. Se usarmos isoladamente textos bíblicos sobre conflitos do Antigo Testamento para justificar ações e indignações na era apostólica, teremos um sério problema. Podemos chegar ao ponto em que troquemos a adoração do templo pela espada. O campo de batalha será uma questão de tempo e o sangue pode vir a ser justificativa para que, em nome de Deus, se busque o poder. É o que já aponta a teologia da libertação latino-americana. É o que já acontece nas redes sociais entre cristãos que não mais suportam uma opinião contrária à sua e partem para o ataque virtual.

A história da fé reformada relembra Martinho Lutero, William Wiberforce, Desmond Tutu, Martin Luther King. Exemplos de cristãos que souberam levar o seu povo a se indignar, protestar e a marchar às mudanças no sistema, sem proclamar a rebelião, a anarquia ou derramar sangue. A fé em Jesus é mais que pacifista, é pacificadora. Nossos tanques não são abastecidos por nossos sentimentos, mas pela Palavra de Deus. No Antigo Testamento temos o Deus que mandou matar, no Novo Testamento temos o Deus que enviou Seu filho para morrer. O sangue derramado que trouxe nossa revolução é o amor. É sobre outro tipo de sangue: o vicário, puro e santo. No Reino Dele, valores e motivações são outros.

Nossa indignação precisa ser plena contra a injustiça, contra o sistema que adora e serve ao dinheiro e, consequentemente, afeta crianças, mulheres, idosos, doentes, pobres e estrangeiros. Mas, será que somente depois de 518 anos achamos o país caro e injusto? Há os que acordaram para a suposta “revolução” porque comprar no Duty Free e manter o carro de luxo ficou insustentável. A bandeira de justiça precisa ser levantada porque pessoas sofrem há muito neste mundo, não apensas quando a renda é corroída pelos impostos dos “impérios romanos” da atualidade. Como povo do Reino, devemos seguir em tudo ao Rei que decidiu dar a Cesar o que era de Cesar, e a Deus o que era de Deus, contrariando os revolucionários coléricos e extremistas que o seguiam.

O apóstolo Paulo, que deixou suas armas aos pés da Cruz, escreve aos Efésios (6) sobre as armas efetivas para a batalha neste mundo tenebroso. Lutamos com os calçados do evangelho da paz, com a couraça da justiça, com o cinto da verdade, com o capacete da salvação e a espada do Espírito. Não precisamos ir até o Palácio do Planalto com a foice o martelo, tampouco com uma Mercedes Benz. Usemos a mente, o coração e o corpo para exercer vida e cidadania na Terra. Primeiramente, com nossa própria vida, orando, perdoando, amando e trabalhando. Em segundo lugar, com nossa voz, dialogando, votando, exigindo vez e direito, justiça e paz para todos. Vamos lutar com menos consumo, modinhas e mais vida cristã genuína de integridade, sacrifício e serviço ao próximo.

Creio no caminho da justiça do Céu na Terra, aberto por Cristo, que nos deixou o seu Espírito para nos consolar na dor, indignação e morte. Creio também que Ele traz fé, coragem e ousadia para lutar com Ele o bom combate e vencermos com fé. Dele recebemos o ministério da reconciliação entre os povos. Vamos viver mais com menos e investir em pessoas, porque o mundo continuará sendo mundo, e ele vai passar, mas nós fomos chamados para um Reino eterno. Precisamos cuidar para não apoiar carne ou sangue. Vamos servir e celebrar o Rei!

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