É um tempo realmente desafiador para todas as pessoas de bem da nossa sociedade. Internamente, estamos em meio a emaranhados de escândalos de corrupção envolvendo políticos e seus partidos, empresários e suas empresas, religiosos e suas igrejas. Estamos mergulhados na maior crise política de nossa história, o que tem desencadeado sérios efeitos colaterais nas finanças públicas e privadas, na saúde, educação, segurança pública e emprego. O que vemos no Estado do Rio de Janeiro é apenas uma face do que ocorre em todo o país. Bairros sitiados, escolas fechadas, universidades e hospitais desativados e, a cada dia, mais mortes de civis inocentes. Numa perspectiva global, vivemos em um mundo acuado e instável, com ondas de terrorismo radical islâmico pressionando o Ocidente em seus valores de liberdade e direitos civis, dentro da maior onda migratória da história recente da humanidade. Diante de todos estes cenários, qual deve ser nosso papel?

Quando Jesus tratou sobre ser o sal da terra e a luz do mundo, entendo que se referiu a toda situação. Cristãos devem fazer a diferença onde estão e é nesse momento que entendo que a Igreja precisa fazer a diferença na sociedade. É tempo de firmar a fé, caráter e valores em Cristo, nossa Rocha. Não estou dizendo que a Igreja deva tomar partido e envolver-se politicamente nas discussões, mas há ações importantes que cada um deve tomar. Há solução segura quando princípios revelados na Bíblia são colocados em prática. Isso requer que, primeiramente, sejam reafirmamos os princípios de liberdade religiosa e de expressão. A liberdade é uma forte coluna de um cristão. Reafirmamos a separação entre Estado e Religião, devendo o Estado permanecer neutro e não hostil às religiões, já que ele é laico, mas não ateu. O Estado precisa da ajuda da igreja e das suas organizações sociais e filantrópicas.

Cada cristão deve orar também pelos seus governantes. Em Romanos 13:1, lemos que nenhuma autoridade se estabelece sem que Deus permita. As crises são sempre oportunidades de reavaliar nossos rumos.

Seja presente e atuante na vida comunitária, não se torne um critico anônimo, escondido por de trás de um perfil “fake” de redes sociais. Críticas azedas nada constroem, apenas divisão e ódio.

Vamos orar como se tudo dependesse de Deus e trabalhar como se tudo dependesse de cada um de nós. Façamos coisas grandes em meio a atitudes pequenas. E que a oração de Jeremias por Israel, na época do cativeiro babilônico, seja a realidade de Deus sobre cada brasileiro: “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jeremias 29:11).

Carlito Paes
Pastor Líder da Igreja da Cidade em São José dos Campos e Rede de Igrejas da Cidade.

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