O feriado nacional, para muitos, é um convite ao descanso, mas deveria ser um convite também à reflexão e posicionamento, em virtude de atravessarmos um dos períodos mais difíceis da história do nosso país. Neste dia em que se comemora a independência da nação brasileira do domínio português, deparamo-nos com um país que amarga crises sem precedentes em seu sistema político falido, definha economicamente e não perde a capacidade de chocar com completa falta moral e ética de seus governantes, legisladores e até magistrados. Nossas mazelas estão expostas em seguidas notícias de bandidagem e assaltos aos cofres públicos.
A espantosa quantia de 51 milhões de reais em dinheiro foi encontrada em malas e caixas pela Polícia Federal nesta semana, na maior apreensão de dinheiro da história do Brasil. O acusado de escondê-las é o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que hoje cumpre prisão domiciliar na Bahia. A carreira política de Geddel é vasta, assim como seu envolvimento em casos de corrupção. Geddel, até pouco tempo, era braço direito de Temer, ocupando o cargo ministro da Secretaria de Governo. Foi também ministro e figura carimbada nos governos Lula e Dilma. Geddel é alvo da operação Cui Bono, que investiga esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal, com arrecadamento de propinas, entre 2011 e 2013.
O emaranhado da corrupção da dobradinha PT-PMDB é a cada dia mais evidente e escabroso. Nesta mesma semana, acompanhamos a denúncia ao STF, feita pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, de crime de organização criminosa cometido pelos ex-presidentes Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e políticos ligados ao PT. O “quadrilhão do PT”, como está sendo chamado informalmente, também faz referências ao PMDB e PP.
Há poucos dias do final do mandato, Janot agora lida com o infame auto-grampo de Joesley Batista, que põe em cheque as negociações da delação premiada do empresário e a questionável contrapartida da sua imunidade.
O sábio Salomão bem afirmou: “O governante sem discernimento aumenta as opressões, mas os que odeiam o ganho desonesto prolongarão o seu governo” (Provérbios 18:16). No entanto, não podemos nos deixar levar pelos sentimentos mais óbvios do descrédito.
Ore por seu país. Acompanhe de perto seus governantes, proteste em suas redes sociais e não deixe de se indignar com a corrupção, que nos é muito conhecida, mas que não precisa ser perpetuada como uma doença incurável no Brasil. Precisamos de uma nova independência para o nosso amado Brasil!
Carlito Paes
Pastor Líder da Igreja da Cidade em São José dos Campos e Rede de Igrejas da Cidade.