Chegamos à semana do carnaval, uma festa de origem cristã católica ocidental romana, com grande tradição e influência na cultura dos brasileiros e que, nos últimos anos e por diversos motivos, também mostra que está em processo de mudanças. É comum as pessoas se encontrarem e perguntarem: “Onde você vai passar o carnaval?”. Eu pergunto a você: como você passará o seu carnaval? As respostas estão bem diversificadas, porque, cada vez mais, nem todos estão mais “pulando” o carnaval. Seja pela violência urbana, recursos financeiros ou pela indústria do carnaval em baixa – e por isso em muitos lugares as marchinhas de rua têm voltado com força – o fato é que o Brasil não tem sido mais tão recorrentemente identificado como “o país do carnaval”.
Este é um grande feriado na cultura e calendário do Brasil e, embora para alguns ele remeta diretamente à folia, samba, desfiles de blocos e escolas nas grandes cidades do Brasil, para muitos é um período de descanso, um tempo com a família e amigos, buscando a paz. Afinal, porque celebra-se o carnaval?
Etimologicamente, o termo carnaval vem, dentre várias interpretações, de “carne vale” que significa “adeus carne” ou “despedida da carne”, visto que na tradição romana é permitido o consumo de carne no tríduo que antecede a quarta-feira de cinzas, marco da Quaresma. As festividades carnavalescas, com
desfiles e alegorias, têm origens bem mais recentes, no início do século 20 na França, algo que foi importado pelo Brasil.
Desde suas origens, portanto, há contrastes entre as celebrações de carnaval. Sabemos que muitos aproveitam a data para extravasar seus desejos, influenciados pela sensação de que “tudo é permitido” nestes dias. É comum vermos nos carnavais excesso de bebidas e drogas, apelo sexual e até atos de abusos e violências. Vale lembrar que estes “sintomas” são perceptíveis, também, em outras épocas do ano, não apenas no carnaval. Contudo, alguns tomam esta data como uma “licença” para a práticas hedonistas sem limites.
Festa e a alegria não são pecados, mas, o pecado existe. E se a “festa da carne” é celebrada sob a ilusão do “como se não houvesse amanhã”, a conta por vir – e pode ser muito alta. Então, ao celebrar, não se esqueça que a razão e a lucidez não podem ser ignoradas. O momento é propício para que analisemos tudo aquilo que nos mancha, que nos tira a paz de estar em paz com Deus. Não deixe que nada roube sua real alegria e cuide de seu coração e sexualidade.
E não custa relembrar nestes dias as palavras de Jesus: “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41).
O carnaval vai passar; não deixe o melhor da sua vida passar com ele!
Carlito Paes