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“Mas o fruto do Espírito é: amor, […], fidelidade…” (Gálatas 5:22)

O termo πίστις (PISTIS) é um termo extremamente prolífico do grego koinê, e ocorre 243 vezes no Novo Testamento, sem contar com derivados ou variações. Aqui, ele significa “fidelidade”, mas ele também significa “fé” (e os dois termos em português possuem a mesma raíz também, fides, termo latino cognato de pistis). A etimologia deste termo também está relacionada com πείθω (peitho, “persuadir”).

Pistis indica tanto a confiança que se deposita em alguém que é fidedigno, quanto a característica desse alguém digno de confiança, além da fé que resulta dessa relação. Nesse sentido, é a garantia da confiabilidade de Deus que gera a nossa fé nEle. Somos persuadidos de que assim como é o caso com todos os outros frutos do Espírito, a pistis só é gerada em nós a partir do trabalho do Espírito. A fé verdadeira é dom de Deus. Só Aquele que é verdadeira e integralmente fiel pode nos inspirar a sermos fiéis.

A fidelidade, portanto, assim como o termo pistis é multifacetado, é tanto demonstrada por aqueles que são cheios de fé, quanto pelos que não renunciam a ela em momento algum. Os termos para os frutos do Espírito normalmente descendem de adjetivos ou de verbos porque são disposições de caráter e demonstrações públicas da transformação da vida do cristão a partir do Espírito, então, é melhor exemplificar com estas palavras. Assim como Deus coloca para nós o exemplo a ser seguido (Deus é fiel, πιστὸς [pistos]: 1 Co. 10:13, 1Jo. 1:9, Hb. 10:23), nós podemos e devemos ser também fiéis, da mesma forma: “Muito bem, servo bom e fiel [πιστέ, pisté] Você foi fiel [πιστός, pistos] no pouco; eu o porei sobre o muito” (Mt. 25:21).

A fidelidade, e mesmo a fé em si, é dom de Deus. Mesmo sendo uma ordenança, Deus não depende de sermos fiéis para com Ele para que Ele demonstre seu favor para conosco, senão Ele mesmo não poderia ser esse exemplo. Sua fidelidade está acima de nós, e nós mesmos só podemos ser fiéis porque Ele o é:

“Se somos infiéis [ἀπιστοῦμεν, apistoumen], ele permanece fiel [πιστὸς, pistos] pois não pode negar-se a si mesmo” (II Tm. 2:13).

Veja a recomendação apostólica e pastoral de Paulo ao seu jovem filho na fé, Timóteo.

“Essa sã doutrina se vê no glorioso evangelho que me foi confiado, o evangelho do Deus bendito. Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim que anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e na minha incredulidade; contudo, a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim, juntamente com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus.” (I Timóteo 1:11-14)

Ser fiel nunca será uma escolha fácil, mas sempre será uma escolha certa.

A vida é feita de escolhas e decisões. Escolha ter o AMOR, escolha manifestar FIDELIDADE.

“Escolhi o caminho da fidelidade; decidi seguir as tuas ordenanças.” (Salmos 119:30).

Pr. Carlito Paes

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