Por mais que a sociedade esteja muito conscientizada, ainda testemunhamos o racismo como prática em nosso meio. Periodicamente, o assunto volta à tona, como no caso do jovem youtuber brasileiro que dias atrás deletou mais de 60 mil tuítes de cunho racista. Alguns ignoram e outros negam, mas o fato é que o racismo existe e precisamos continuar trabalhando para que esta uma maligna e repugnante seja extirpada da sociedade como um todo! Já escrevi sobre este assunto no passado nesta coluna, mas as circunstâncias me chamam a retomar o tema. Afinal, mais que um erro ou um pecado, o racismo é crime. Para os cristãos, ele é inadmissível, pois é absolutamente oposto aos preceitos bíblicos. O Criador fez a todos nós conforme sua imagem e semelhança, todos criados para cumprir uma missão no mundo.
A história da cristandade escancara o erro de ter retratado Jesus como um jovem de feições europeias. É antagônico a quem Jesus era e ao que Ele fez pelos direitos humanos. Jesus era como seus compatriotas israelitas de seu tempo. Seu traidor até precisou dar um sinal, o famoso beijo de Judas, para que os soldados o identificassem. Jesus não só teve um nascimento humilde, como um nome comum e um tipo físico típico do Oriente Médio.
Mas a história do Cristianismo tem seus capítulos de redenção, por meio de homens cristãos como William Wilberforce (1759-1833) Martin Luther King Junior (1929-1968) e Desmond Tutu (1935 – ), dentre muitos outros. O primeiro, político britânico e filantropo, foi um dos grandes responsáveis pelo fim do tráfico de escravos do império britânico no Século XIX. O segundo, pastor negro batista norte-americano, Nobel da Paz, foi um dos mais ilustres ativistas pelos direitos civis dos negros em seu país, propagando ao mundo não apenas seu famoso discurso I Have a Dream, mas o movimento de campanhas de não violência e de amor ao próximo. E o terceiro, arcebispo da Igreja Anglicana, também Nobel da Paz, que ao lado de Nelson Mandela foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid na África do Sul.
Com os erros e acertos revelados pela história, o cristianismo tem contribuído de forma consistente com o fim da cultura do racismo. Este, já veio bem antes da presença de Jesus na Terra. Enquanto vemos esta herança maldita dos tempos de escravidão, que continuemos com a atitude cristã de amar ao próximo, reconhecer e propagar a igualdade e edificar sociedades sobre alicerces de justiça.