Sou uma pessoa otimista, mas não ingênuo. No mundo e no Brasil, vivemos tempos desafiadores. Vemos a instabilidade entre as grandes nações do mundo – Rússia, Irã, EUA, China, Turquia –, além das difíceis situações da Síria e da Coréia do Norte. No Brasil, a polaridade política se revela, com um ex-presidente julgado, condenado e preso por corrupção. Enquanto isso, avança a maior operação anticorrupção da história do país, investigando e denunciando políticos e empresários ligados tanto à esquerda, quanto à direita. O atual presidente segue sob o foco de novas denúncias. Com isso, os candidatos à presidência vão se definindo sob os efeitos destas acusações, julgamentos e pressões. Soma-se a isso a instabilidade jurídica gerada pelas falas e votos de alguns juízes da nossa suprema corte de justiça.

E em meio a tudo isto, como anda a sua fé? Você se considera uma pessoa de fé? Em quem você ou em quê você confia? Acredite, este assunto é mais importante do que você imagina. Gera implicações na forma como você vive, encarando todos os instáveis cenários, sejam eles pessoais, nacionais ou internacionais. Nossa paz exterior está completamente ligada à nossa paz interior. Não se trata de uma fé em nós mesmos, tampouco de fé na fé. Não se trata de uma fé fundamentalista. Precisamos de uma fé viva, racional e espiritual, equilibrada, com paz e bom senso. Uma fé depositada em Deus e em seu poder e soberania, que é para o bem da humanidade, pois gera amor, respeito e equilíbrio com a vida e com o próximo.

Conscientemente ou não, você vive de fé todos os dias. Ao entrar num voo, por que você crê que a aeronave é segura? Por que confia no piloto, sem nem mesmo vê-lo? Por que confia nos equipamentos tão sensíveis e complexos? Você acredita que chegará ao destino proposto, ainda que ninguém possa lhe dar 100% de garantia que isto acontecerá. Quando você come em um restaurante, talvez não conheça os cozinheiros ou como a comida foi preparada, mas ainda assim, você decide consumir aquela comida. Você pode não perceber, porém, todos os dias você toma decisões de fé.

Sem o fator fé, toda a sociedade sucumbiria. Isso é tão verdade, que pessoas depositam uma fé cega em si mesmas, em sistemas políticos, até mesmo em técnicas e soluções humanas para todo tipo de problemas, que nem sempre correspondem às expectativas. Há gente demais confiando plenamente em empresas, instituições ou algo que é, meramente, humano e, portanto, imperfeito. Está escrito: “Assim diz o Senhor: Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor. Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto” (Bíblia – Jeremias 17:5-8).

A realidade na qual o profeta Jeremias escreveu este texto não era muito diferente da nossa. Pessoas confiavam apenas em si mesmas e em forças insuficientes para suprirem-nas naquilo que realmente precisavam. Quem confia somente em si mesmo – não que a autoconfiança seja maléfica, mas, sim, o orgulho – acaba em sequidão, solidão e perda. Mas, a boa notícia é: aquele que deposita fé em Deus é abençoado, é frutífero e protegido do mal. A fé não é sobre uma conduta, é sobre o poder para uma nova vida!

Tenha autoconfiança, mas não confie cegamente em si mesmo, na sua formação, intelecto ou bens. Podemos confiar em Deus e no cuidado Dele. Tenha uma fé consciente e deposite-a em Deus, através da Bíblia Sagrada, suas decisões de fé diariamente.