Mais do que nunca existe uma revolução em andamento, antes sutil e silenciosa, agora é escancarada e intencionalmente milita pela desestruturação familiar do paradigma judaico-cristão. Atualmente, um dos canais de atuação dessas correntes são os livros paradidáticos usados pelas escolas públicas para o Ensino Fundamental, sob orientação das secretarias de educação e cultura dos estados e municípios, apoiadas por planos e diretrizes federais de ensino por meio do novo Plano Nacional de Educação (2014-2024), proposto pelo Governo Federal. Em 2014, a Rede Vanguarda de Televisão veiculou uma matéria informando que a Secretaria de Educação do Município de Taubaté havia investido 9 milhões de reais na comprar livros dentro desta perspectiva. Ouvida pela emissora na época, a Secretária de Educação, Sra. Edna Chamon, se limitou, segundo a matéria, a dizer que os livros são apropriados, premiados e adotados em mais de 40 países. Na ocasião, a população reagiu e o material foi retirado. O fato é que cada ação trabalha para infiltrar lenta e gradualmente a idéia revolucionária (sem jamais declarar que isso esta sendo feito), sempre pela via pacífica, legal e constitucional, entorpecendo consciências e massificando a sociedade com uma propaganda subliminar, imperceptível para uma nova concepção familiar.
A família, nos últimos tempos, tem sido responsabilizada pela maioria das críticas quando o assunto é a inversão de valores na sociedade moderna. Luc Ferry (filósofo, ex-ministro de educação da França e antigo professor e político em favor de causas populares), teve sua obra publicada em português em 2008, “Família, amo vocês”, muito bem recebida pelos leitores. Nela o autor afirma que “a família é a única entidade realmente sagrada na sociedade moderna, aquela pela qual todos nós, ocidentais, aceitaríamos morrer, se preciso. Os únicos seres pelos quais arriscaríamos a vida no mundo de hoje são aqueles mais próximos de nós: a família, os amigos e, em um número bem menor, pessoas mais distantes que nos causam grande comoção, e que não deve ser um tema apenas dos chamados da direita”. Diz ainda o próprio Ferry: “No século XX, o ser humano virou sagrado”.
Será que os desejos hedonistas, celebrados na individualidade ou em grupos de minorias, são maiores do que o senso de compromisso e coletividade celebrados pela unidade da família e da sociedade? Para os dias de hoje é, no mínimo, uma visão um tanto revolucionária, não é mesmo? Tal visão vai de encontro a todos os clichês argumentativos sobre a família e sua contribuição para a sociedade, no que diz respeito à construção e revisão de valores, a importância e sentido da família, a instituição do casamento, a prioridade do trabalho, a preocupação com o dinheiro, a necessidade da religião para famílias e jovens. A unidade e bem estar da família, não é um bem de ideologia de direita ou de esquerda.
Ao contrário do que afirma Luc Ferry, a crise generalizada na sociedade, na família e no sistema da educação brasileira, o alto índice de dependentes químicos, o alcoolismo, a orientação sexual desordenada, o crescente nível de divórcios, a busca desmedida pelo prazer, as composições musicais que distorcem valores e incita violência, as famílias divididas ou fragmentadas pela violência, a realidade da depressão e dos casos de suicídios são fatos e fatores que, inevitavelmente, refletem o descaso para com esta instituição (família), que é o alicerce de uma sociedade, que se espera feliz e imune à violência ou a qualquer tipo de exclusão social.
Com relação à desestruturação da família na sociedade, analiso que todos já estão chegando à conclusão, cristãos ou não, que os maiores problemas da sociedade estão ligados diretamente às desestruturações familiares. Então, será que não é hora de todos nos unirmos, religiosos ou não, para promovermos a família? Pelo seu inestimado valor e benefício para sociedade, a família precisa de nossa atenção e reflexão.
Carlito Paes
Pastor da IC SJCampos e Líder da Rede de Igrejas da Cidade