A sexualidade é um assunto importante e de grande interesse para todas as pessoas, inclusive para os cristãos. Além dos traumas e abusos sexuais na infância, a ignorância sobre o sexo e a sexualidade são fatores que contribuem muito para os distúrbios nesta área, tanto para homens e mulheres.
Deus criou a nossa sexualidade, e o ato sexual existe para o prazer e para procriação. A cama de um casal é um lugar de prazer e de descanso. E como todas as áreas de nossas vidas, nesta também existe um padrão bíblico e moral para desfrutarmos da sexualidade.
Naturalmente, existem limites, porque a força e a saúde sempre têm a sua base no equilíbrio, na sabedoria, no bom senso e no discernimento. O padrão da sexualidade de um cristão está na Palavra de Deus e não nos sentimentos e muito menos nas modas hedonistas da sociedade, que coloca o prazer acima dos princípios eternos da Palavra de Deus e dos limites da vida e da natureza.
A vida é como um veículo na estrada, podemos ignorar os limites, mas um dia eles nos alcançam. Ou você paga agora, ou paga depois, porque toda lei da vida exige limites e não é diferente com a sexualidade e o ato sexual. Excessos sempre são parados por acidentes de percurso.
Uma coisa deve sempre estar na mente de um cristão: não espere comportamentos, princípios e valores cristãos na vida de uma pessoa que ainda não conhece Jesus como Salvador e Senhor e que não tem a Bíblia como seu livro de vida e valores.
Não podemos esperar comportamento sexual transformado de quem ainda não teve sua mente transformada. Está escrito: “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno” (1 João 5:19). Note bem, não é que a sexualidade da humanidade está sob o Maligno, é o mundo todo, incluindo a sexualidade.
Portanto, se queremos ver uma sociedade seguindo os princípios e valores cristãos para esse assunto tão importante, primeiro precisamos ver a mente das pessoas transformadas. Devemos amar, respeitar e julgar menos, e sempre socorrer os que mais precisam, pois, acima de tudo, a vida em Jesus e a obediência à Sua Palavra serão sempre acompanhadas pela graça, em que permanecem a fé, a esperança e o amor.
Mais do que nunca, devemos encarar os resultados do comportamento sexual que vemos na nossa sociedade. Não há motivo algum para considerarmos o sexo como algo mau e pecaminoso. Pelo contrário, o silêncio das igrejas cristãs nos últimos séculos sobre o tema contribuiu para os desvios que hoje encontramos. Quando vemos o que a Bíblia diz sobre o sexo, vemos que Deus quis que ele fosse uma das dádivas mais bonitas e maravilhosas.
O propósito não é apenas a reprodução sexual. Deus criou o sexo para construir um relacionamento matrimonial eficaz e afetivo entre um homem e uma mulher, com base no deleite mútuo. Deus criou o sexo para o prazer, como uma expressão do amor para que ambos o homem e a mulher o desfrutassem. O sexo não deve ser uma obrigação penosa. Porém, tampouco o prazer físico hedonista é o seu único propósito.
O ideal de Deus é que nos abstenhamos antes do casamento e sejamos fiéis aos nossos parceiros dentro dele. Estes limites são para a nossa própria proteção. O sexo deve ser uma fonte de satisfação, que ajuda a unir os casais, mas, muitas vezes, as experiências prévias podem ser prejudiciais. O sexo foi criado para relacionamentos permanentes, leais e que respeitam ambos os parceiros.
Deus estabeleceu um lugar seguro para que descobríssemos, desenvolvêssemos e desfrutássemos a nossa sexualidade ao máximo. Este lugar é dentro do relacionamento em que os parceiros se pertencem e se doam mutuamente, o que chamamos casamento. Temos de compreender que o casamento não é apenas uma cerimônia civil ou religiosa. Isto é somente o testemunho público de um casamento. Ele é um relacionamento sincero, exclusivo e de amor entre um homem e uma mulher, que dura por toda a vida. O marido e a mulher precisam manter este relacionamento, sendo fiéis e se amando continuamente para o resto da vida.
Muitos profissionais da área da saúde e psicólogos concordam que o comportamento e as atitudes sexuais cada vez mais aceitos na nossa sociedade nas últimas décadas tiveram muitas consequências negativas. Há falta de conscientização sobre a saúde sexual e é comum que as pessoas tenham vários parceiros sexuais diferentes.
Estas coisas contribuíram para a pandemia da AIDS e o aumento de outras infecções transmitidas sexualmente. Outras consequências são a gravidez na adolescência, os abortos, as crianças abandonadas e as mães e pais solteiros. As atitudes prejudiciais para com a sexualidade, tais como a ideia de que ser homem significa ser agressivo sexualmente podem contribuir para a violência sexual, o abuso infantil e o estupro. Tudo isto deixa claro que o comportamento das pessoas não corresponde às intenções de Deus para o sexo e os relacionamentos.
Acredito que os cristãos precisam redescobrir o plano de Deus para a sexualidade. Precisamos examinar as nossas crenças, os nossos estilos de vida e refletir sobre o exemplo que damos com o nosso comportamento. Temos a responsabilidade de colocarmos em prática uma alternativa radical de atitudes saudáveis para com o sexo.
Não vivemos num mundo ideal. Há muitos fatores que pressionam os jovens na nossa sociedade e que os tornam impacientes para fazer sexo, incluindo as crenças culturais, os valores e os costumes, as experiências da infância, o ambiente social e o impulso sexual poderoso que faz parte da nossa natureza física.
Com uma nutrição e uma saúde física melhores, muitas vezes, os jovens podem chegar à puberdade mais cedo, às vezes, aos nove ou dez anos de idade. Porém, em muitos países, eles provavelmente só se casarão quando estiverem nos seus vinte anos. Hoje, todos sofrem pressão constante dos meios de comunicação em massa, em especial da internet, e os índices de vicio na pornografia virtual está alcançando índices alarmantes.
Os meios de comunicação estão repletos de imagens sexuais e informações errôneas. Acrescente a isto a curiosidade natural dos jovens, o seu desejo de experimentar e a tendência normal de subestimarem os riscos, e podemos ver por que a experiência sexual, com frequência, começa cedo na vida. Não podemos nunca esquecer que a vida tem fases, e a idade de crianças e adolescentes devem ser direcionadas para o ensino dentro da sua faixa etária. Educação sexual sim, pornografia para menores nunca.
Para os jovens, a pressão dos outros jovens pode ser muito forte. Os adolescentes, muitas vezes, lutam para terem a sua própria identidade. Os jovens procuram a aceitação e a aprovação dentro do seu grupo. Eles precisam de uma boa autoestima para serem capazes de desafiar a pressão dos outros jovens e tomarem as suas próprias decisões.
Os exemplos também são muito importantes. As boas relações com os pais são um fator essencial para o desenvolvimento de uma sexualidade saudável, pois tendemos a reproduzir as situações que vivemos no nosso próprio lar. Foi visto, através de estudos, que as crianças que crescem testemunhando relacionamentos violentos geralmente são menos capazes de formar relacionamentos saudáveis e estáveis mais tarde na vida. Os professores, outros parentes e amigos mais velhos também podem ter uma influência forte, assim como pessoas famosas na cultura, tais como músicos e atores. Com muita frequência, esta influência pode ser negativa, e não positiva.
Às vezes, porém, as pessoas têm pouca opção e se veem em situações extremas. As desigualdades entre os sexos fazem com que as mulheres, muitas vezes, tenham pouco controle sobre as suas decisões sexuais. A miséria está diretamente ligada ao trabalho sexual. Sempre precisamos ser contra o abuso e a exploração sexual de menores.
Deus criou o sexo, e ele é uma bênção para ser desfrutada depois do casamento e dentro do casamento de um homem com uma mulher, de forma monogâmica e exclusiva num ambiente mútuo de amor e respeito! O que Deus criou Ele mesmo sustenta, e este é o padrão bíblico.
Naturalmente, um cristão precisa amar e cuidar de todas as pessoas, inclusive, os que vivem de forma diferente e não aceitam este padrão para sua vida e sexualidade, seja homem e mulher, e qualquer um que faça sua escolha de outro tipo de gênero sexual conforme sua liberdade de vida e escolha.
A opção de um cristão bíblico e saudável deve ser sempre de amor e respeito para com o próximo, como ensinou Jesus, seja ele solteiro, casado, homem, mulher ou homossexual. Sua opção de vida e escolha precisam ser respeitadas, da mesma forma que todos devem respeitar um cristão que deseja manter sua sexualidade sob a orientação bíblica do sexo monogâmico, entre um homem e uma mulher, depois do casamento e somente entre eles, até que a morte os separe, como Jesus assim nos ensinou: “Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Marcos 10:7-9). Como discípulos de Jesus, vivamos assim em obediência aos Seus ensinamentos para nossa paz, alegria e proteção.