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Vivemos numa sociedade voltada ao visual, o que vemos é importante. O problema, em minha opinião e de muitos educadores, pais e outras pessoas na sociedade, é que estamos tendo uma exposição excessiva à sensualidade, o que muitas vezes, pode incentivar o pornográfico! Por exemplo, a troca de “nudes” por whatsapp entre os adolescentes é um problema real nas escolas e tem chegado até os meios de comunicação. Recentemente, um apresentador de TV aberta no país recebeu ao vivo este tipo de material pornográfico. De onde veio esta prática? A resposta é: de uma sutil cultura que foi a pouco a pouco se instalando.

Há algum tempo, seja em revistas, portais de internet, livros, filmes, seriados ou comerciais, vemos uma infestação de conteúdos apelativos. Educar, esclarecer, orientar, falar abertamente sobre o assunto é papel em especial da família e da escola, por isso precisamos refletir sobre os excessos e a cultura que estamos implantando na sociedade.

A pornografia é uma realidade antiga e com advento da internet teve uma expansão sem precedentes, o que estimulou o surgimento de vícios, dependências e crimes, como de pedofilia. E poucos sabem dos efeitos colaterais desta prática. “Encontramos um importante vínculo negativo entre o ato de ver pornografia durante várias horas por semana e o volume de matéria cinzenta no corpo estriado direito do cérebro, assim como a atividade do córtex pré-frontal, escrevem os cientistas do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano em Berlim” (Segundo o portal G1, seção Saúde, de 29/05/12014).

O texto do portal ainda afirma que “homens que passam muito tempo vendo pornografia na internet parecem ter menos matéria cinzenta em certas partes do cérebro e sofrem redução de sua atividade cerebral, indica um estudo alemão publicado nos Estados Unidos. Os cientistas também observaram que, quanto maior o consumo de imagens pornográficas, mais se deterioravam as conexões entre o corpo estriado e o córtex pré-frontal, que é a camada externa do cérebro encarregada do comportamento e da tomada de decisões”. Em resumo, toda droga lesiona o cérebro, inclusive a pornografia.

Por que devemos rever esta cultura da pornografia e lutar contra esta dependência? Esta não é uma questão moralista, detesto estes discursos. É uma questão de vida, saúde, sociedade e humanidade. Precisamos encarar as coisas holisticamente, entender que nossos atos têm consequências. A pornografia pode causar crises, traumas e divórcios, além de ser viciante, interferir nas relações íntimas, afetar negativamente o cérebro, prejudicar o respeito e o valor que temos pelas pessoas que amamos, diminuir a conexão com os filhos, destruir carreiras e levar à perda de emprego. Também amortece os sentidos espirituais, é um exemplo negativo para os filhos, provoca vergonha e autodepreciarão, gera culpa e medo. Mark B. Kastleman, autor de “A droga do novo milênio”, sugere que, como quaisquer outros usuários de drogas, os usuários e dependentes de pornografia procuram material que é cada vez mais extremo para alcançar sua satisfação. Ele escreve: “E quando as imagens já não são mais suficientes, muitos começam a retratar e a buscar no mundo real o que veem na pornografia virtual”.

A boa notícia é que o vício em pornografia é curável. Qualquer pessoa que queira mudar pode obter ajuda. Encontre esperança ao se unir a outros que trabalham para acabar com a promoção da cultura da pornografia e construir um futuro melhor para nossas famílias e sociedade.

Nossos desejos e vontades não podem estar acima dos valores éticos e do bom senso da sociedade. Precisamos avaliar e rejeitar o que nos deixa doentes na sociedade, e assim buscarmos uma vida mais saudável. Não podemos cuidar apenas do corpo, mas também das emoções e da sexualidade.

Carlito Paes
Pastor da IC SJCampos e Líder da Rede de Igrejas da Cidade

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