Assim como a Páscoa, “pessach”, a festa de origem judaica, que celebra a libertação da nação de Israel por mais de 400 anos de opressão no Egito antigo, e por Jesus ter sido julgado, morto e ressurreto por ocasião desta festa judaica em Jerusalém, ela ganhou o sentido de vitória contra a morte e o pecado, hoje os cristãos a celebram 40 dias depois do carnaval. Assim também ocorre com a festa de Pentecostes, “Shuavot” uma festa de origem judaica que acontece 50 dias após a Páscoa. Era a festa de gratidão pelas colheitas, as primícias da lavoura do povo, celebrando em ações de graças a bondade de Deus em alimentar o seu povo. Com o advento da vinda do Espírito Santo, que foi derramado na terra aos cristãos, esta festa judaica também ganhou um novo sentido. Pentecostes, ou Shavuot do hebraico: sete semanas. É o nome da festa judaica também conhecida como Festa das Colheitas ou Festa das Primícias, celebrado no quinquagésimo dia do Sefirat Haômer. Devido a esta contagem, a festa é também chamada de Pentecostes.
Esta, é uma das celebrações mais importantes do calendário cristão e, comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo, sua mãe Maria e dos 120 seguidores de Jesus reunidos em Jerusalém, chamas pousaram sobre a cabeça de todos, revelando luz e autoridade.
O Pentecostes é celebrado 50 dias posteriormente ao domingo de Páscoa, e ocorre no sétimo dia em seguida da celebração da Ascensão de Jesus. Isto porque ele ficou quarenta dias, após Sua ressurreição, dando os últimos ensinamentos a seus discípulos. Se somados os três dias em que ficou na sepultura, são quarenta e três dias. E para os cinquenta dias que se completam da Páscoa até o último dia da grande festa de Pentecostes, sobram sete dias. Foram estes os dias em que os discípulos permaneceram no cenáculo até a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes.
Para os cristãos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, através do dom de línguas, como descrito no Novo Testamento, durante aquela celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém. Por esta razão o dia de Pentecostes é, às vezes, considerado o dia do nascimento da igreja cristã. O movimento pentecostal tem seu nome derivado desse evento.
O Domingo de Pentecostes, é o último dia da Festa do Divino Espírito Santo, muito difundida pela tradição da fé cristã católica, e bem popular entre o povo brasileiro.
Por isto, no protestantismo evangélico, os movimentos com ênfase no avivamento do Espírito Santo, são denominados pentecostais, devido a relação direta com o derramar do Espírito Santo e os dons espirituais, como o dom de falar e interpretar línguas espirituais, ou como alguns se referem, línguas estranhas ao nosso entendimento. Neste ano, o Pentecostes será no dia 09 de Junho.
Seja ruah, pneuma, ou spiritus, em hebraico, grego ou latim, o conhecimento do Espírito precisa ser muito maior que o linguístico. A palavra parakletos é grega e traduzida como “Consolador”em João 14:16. Em 1 João 2:1 é traduzida como“Advogado” e neste último versículo refere-se a Jesus Cristo.
Jesus Cristo é o nosso Consolador e assim segue o Espírito, “outro Consolador” que deve ser igualmente uma pessoa divina. A palavra grega usada em João 14:16 para “outro” é allos que significa: “um outro do mesmo tipo” ao invés de heteros, que significa: “um outro de um tipo em essência, mas diferente em manifestação.”
Nós precisamos conhecer melhor o Espírito Santo, porque Ele é o outro
parakletos enviado de Deus para nós. Assim resgataremos nossa relação com Ele, seja individualmente ou como igreja, podendo então nutrir um relacionamento íntimo, pessoal e intencional com Ele.
Na narrativa de Gênesis, a figura do Espírito já estava presente: “(…) o Espírito de Deus já pairava sobre as águas” (Gênesis 1:2).
O Espírito é a força vital de Deus que gera toda criação, e de modo especial, mas não exclusivamente, está a criação do homem e da mulher.
Em hebraico a palavra espírito é RUAH = fôlego, hálito, sopro, da vida de Deus que tudo cria. Ela aparece 389 vezes no Antigo Testamento. O detalhe muito interessante é que o gênero deste substantivo é feminino, como o ventre que dá à luz também é. E muito além da questão gramatical ou linguística, numa linguagem teológica, temos bem claro que é a força geradora de vida, vigor e término da qual a mulher, feita à imagem e semelhança de Deus, é gerada. O Espirito Santo, podemos dizer que é o lado materno de Deus, o Criador.
O Deus Espírito cria tudo, e desta forma, Ele cria de forma geradora única e singular, como acontece na gestação feminina. O Espírito não fabrica em série, mas gera de forma sobrenatural e especial cada um, como uma mãe que gera seu filho das suas próprias entranhas. Esta relação do Espírito no Antigo Testamento acompanha toda dinâmica do Espírito no Novo Testamento. Podemos dizer que este é o rosto feminino de Deus, nosso pneuma. O fôlego vital de Deus sopra e gera a vida espiritual em todos nós!
Lembre-se das palavras de Jesus: “Não os deixarei órfãos!” (João 14:18a). Quem crê em Jesus, crê no seu Espírito, e, portanto, tem Pai, não vive a mercê do espírito de orfandade e a mercê dos sentimentos da religiosidade humana.
A presença vivificadora do Espírito em nós gera uma presença vivificadora na vida das outras pessoas. Busque Jesus, busque o Divino Espírito Santo, Ele é uma pessoa viva e ativa na criação, busque-o e você o encontrará, por ser uma pessoa divina, Ele deseja amar e se relacionar pessoalmente com você. Neste tempo pós quaresma, busque em tempos de Pentecostes o Espírito Santo de Deus. Ele deseja habitar em você, e lhe entregar dons e frutos do Espírito, como o Amor.
Carlito Paes