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Extremos são perigosos! Acredito que saúde e segurança vêm do equilíbrio. Não há batalhas ganhas sem estratégias sábias e equilibradas. Atitudes polarizadas são como os extremos de uma ferradura: acabam encontrando-se no mesmo lugar. Um avião só voa porque é sustentado pelo equilíbrio das asas, assim como o corpo humano só vive com sistemas equilibrados. Atitudes extremas preocupam-me, mesmo que tenham boas intenções.

Quando era adolescente, ouvia muito dos adultos: “Política, religião e futebol não se discute!”. Cada um tinha o seu e pronto. Com o passar do tempo, vimos que não é bem assim. Os três assuntos passaram ao centro das discussões da sociedade, seja na família, escola, faculdade, rodas de conversas, bares e entrevistas de rádio e TV. Com a liberdade de imprensa, a sociedade foi evoluindo e se acostumando a discutir pontos de vistas diferentes e pautas das mais variadas, de comportamento à política. Mesmo temas mais passionais como futebol, política e religião passaram a ser amplamente discutidos e explorados. Isso de fato é muito bom, porque onde existe liberdade, pluralidade de ideias, diálogo e ponderações, a sociedade como um todo sempre sai ganhando. Como diz o princípio bíblico, são nos múltiplos conselhos que a sabedoria se estabelece.

A chegada da internet, naturalmente, trouxe muitos ganhos para a sociedade global, incluindo a economia de tempo, energia e distâncias e mais conhecimento para todos. No entanto, também deixou efeitos colaterais. Um deles foi que as discussões se tornaram mais ácidas, maldosas e até cruéis. Em minha opinião, muitas pessoas começam a expor ódio, preconceitos e julgamentos escondidos sob o anonimato de seus perfis, até mesmo “fake”, dizendo do que jamais falariam na exposição de seus nomes reais.

Sou contra a censura e a favor de nossa completa liberdade de expressão. Mas, infelizmente, em nome da liberdade, muitos vão do desrespeito e julgamentos, até baixarias de toda sorte, assassinato de reputações e ódio. Passamos a conviver com ofensas e grosserias que inibem a discussão de ideias. É comum um perfil com 6 seguidores de autoria duvidosa atacar uma celebridade de milhões de seguidores de forma vil, covarde e cruel. Só a liberdade constrói, mas precisamos voltar a discutir as ideias sem aniquilar pessoas.    Na política brasileira, mudam os governos e a tensão continua. Com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, os ânimos exaltaram-se. A ascensão de Temer aliviou em parte a tensão até as eleições, que depois acirrou ainda mais. Com as fases da operação Lava Jato, prisões de políticos famosos envolvidos em corrupção, ex-governadores presos, protestos das celebridades e movimentos sindicais, a população indignada foi às ruas. Então, vimos o ex-presidente Lula preso e os movimentos verde e amarelo ganhando notoriedade. A população em sua esmagadora maioria vai às urnas e faz a maior mudança na história do congresso nacional e assembleias estaduais, escolhendo o novo presidente, conservador e de direita, além de novos representantes que trazem como maior bandeira o combate a corrupção. Recentemente, mais um ex-presidente, Michel Temer, também foi preso, porém, logo solto. Polêmicas envolvendo partidos e o Supremo Tribunal Federal continuam. Tudo isso não aconteceu sem polêmicas no mundo real e virtual dos brasileiros, o que é parte da democracia e da liberdade. Por outro lado, vejo cada vez mais pessoas doentes e com problemas de relacionamentos por conta desta polarização. Nossa sociedade está ainda mais polarizada e com muitos desgastes relacionais. Temos a tensão política direita X esquerda; a social, conservadora X liberal; a econômica de livre mercado X controle estatal. Será mesmo que precisamos viver neste dualismo? Acredito que parte da mídia está aumentando este clima e não contribuindo como poderiam para unir os brasileiros. Chegaremos a um consenso ou nossas diferenças exporão ainda mais nossa falta de fraternidade, respeito, amor e paciência com o próximo? Continuo acreditando que o melhor caminho para a sanidade e o progresso estão no equilíbrio e no diálogo, para juntos combatermos a corrupção e fazermos as reformas necessárias para o país. A guerra dos extremos está deixando muita gente ferida e doente. Estamos perdendo tempo e oportunidades. Eu penso que governo, oposição, justiça, impressa, igrejas e sociedade civil em geral,  todos temos que fazer nossa parte para unir os brasileiros em todo do melhor para o Brasil.

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