A antiga canção de John Lenon relembra: “Chegou o Natal, a festa cristã, do velho e do novo!”. Celebramos o dia em que Deus nasceu no mundo em forma de uma criança, trazendo paz, luz, amor, esperança, uma nova aliança e vida para humanidade. O Filho de Deus, Jesus de Nazaré, nasceu em Belém, como uma criança humilde e marginalizada, e encontrou todos neste mundo, oferecendo-lhes a reconciliação com Deus. Herdamos muitas tradições em torno deste acontecimento. Mas o fato é que existe vida e esperança, porque existe Natal.
Sobre o nascimento de Jesus, sabemos pouco. Ele nasceu antes da morte de Herodes Magno (Mt 2.1; Lc 1.5), falecido na primavera de 750 da era romana, ou seja, no ano 4 a.C. Conforme estudos, o ano mais provável do nascimento de Jesus é 7 ou 6 antes da era cristã. Não foi na época do inverno (Lc 2:8). pois segundo a referência, o rebanho de ovelhas dormia ao relento, o que não ocorria durante os dias frios. As primeiras comunidades cristãs não comemoravam o nascimento de Jesus. Somente a partir do ano 350 o Natal começou a ser comemorado no dia 25 de dezembro. Em torno da escolha desta data há uma longa história.
Os celtas, por exemplo, tinham o Solstício do Inverno como um momento muito importante. O rigoroso inverno chegaria e não sabiam se terminariam a estação vivos. Por isso faziam um grande banquete de despedida do Sol no dia 25 de dezembro, com 12 dias seguidos de festas. Na Roma antiga, o Solstício do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do nascimento de Jesus. Os romanos o chamavam de Saturnálias (Férias de Inverno), em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra. Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro como “Dies Natalis Invicti Solis” (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O início do inverno passou a ser festejado como o dia do deus Sol.
A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto, feito pelo Papa Júlio I em 350. O nascimento de Cristo deveria então ser comemorado no dia 25 de dezembro, substituindo a veneração ao deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo.
Nosso calendário atual é uma forma recente de contar o tempo. Foi o Papa Gregório XIII que decretou seu uso através da Bula Papal “Inter Gravissimus“, de 1582. A proposta foi formulada pelo físico napolitado Aloysius Lilius e aprovada no Concílio de Trento (1545/1563). Na ocasião, corrigiu-se um erro na contagem, excluindo 11 dias do calendário. A decisão fez com que ao dia 4 de outubro de 1582, sucedesse imediatamente o dia 15 de outubro do mesmo ano. Os últimos a adotarem este calendário foram os russos, em 1918.
O fato interessante desta correção é que o Solstício do Inverno foi deslocado para outra data. Dependendo do ano, o início do inverno se dá entre o dia 21 e 23 de dezembro. A razão fundamental para a comemoração do nascimento de Jesus em 25 de dezembro se perdeu com a mudança no calendário, mesmo que a data continua sendo comemorada.
Ainda assim, o mais importante é o fato do Natal. Celebremos este ato de amor maravilhoso de Deus: Ele veio ao mundo e inaugurou uma nova vida entre nós. Este é o motivo da nossa festa. Vamos juntos, povos do norte e do sul, festejar o Natal de Cristo, a chegada do amor de Deus ao mundo! Chega o Natal, feriado em todo mundo que celebra junto à cristandade o nascimento do Rei dos Reis, Senhor dos senhores, Jesus Cristo, o Filho de Deus.Para nós, habitantes do Hemisfério Sul, há menos razões ainda para se comemorar o Natal no dia 25 de dezembro. Nesta data vivemos os primeiros dias do verão e não do inverno. Porém, herdamos as tradições cristãs que vieram do Hemisfério Norte e, seja você um cristão ou não, cada vez que você escreve a data em um caderno ou computador, está fazendo uma referência direta ao nascimento de Jesus Cristo, que mudou para sempre a forma de contarmos os nossos dias.
Feliz Natal com Jesus e um ano novo repleto de muitas bênçãos!
Carlito Paes
Pastor Líder da Igreja da Cidade em São José dos Campos e Rede de Igrejas da Cidade.