Por mais que a sociedade esteja conscientizada, ainda assim o racismo é uma prática de parte de muitas pessoas da sociedade. Alguns tentam ignorar ou negar, mas o fato é que o racismo está bem presente. Precisamos trabalhar para que esta atitude repugnante e nefasta seja extirpada da sociedade como um todo! Mais que um erro, o racismo é um pecado e um crime determinado no código penal brasileiro. Em especial para um cristão, o racismo deve ser considerado inadmissível, pois é completamente contrário aos preceitos bíblicos. O Criador fez a todos nós, conforme sua imagem e semelhança. Todos somos seres humanos, criados por Deus para uma missão no mundo.
No passado, a igreja bizantina e romana, ao longo da história, cometeu o grave erro de retratar a face do Jesus histórico em seus mosaicos, quadros, afrescos e vitrais, como um jovem europeu de olhos azuis. Isso está completamente desassociado da realidade, pois Jesus era uma pessoa igual a todos da sociedade israelita da época. Era tão do povo, que o delator de Jesus precisou de um código para identificá-lo entre a multidão: “Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele; prendam-no” (Mt 26:48). Jesus não só teve um nascimento pobre e suburbano, mas também uma aparência física que se misturava facilmente à população. Jesus deveria ser moreno, mas certamente mais para o negro do que para o ariano.
Por outro lado, a História do cristianismo tem seus capítulos de redenção, por meio de homens cristãos como William Wilberforce (1759- 1833), político britânico, evangélico anglicano, que foi líder do movimento abolicionista do tráfico negreiro que resultou, em 1807, na aprovação do Ato contra o Comércio de Escravos.
O pastor batista Martin Luther King Jr tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo. Em 1955 ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã do Sul em 1957. A famosa Marcha sobre Washington em 1963 foi o palco para o discurso “I Have a Dream”. Em 1964, King recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racial através da não violência. Foi assassinado em abril de 1968. Com os erros e acertos revelados pela história, o cristianismo contribuiu para o fim desta prática que vem bem antes dos tempos de Jesus. O racismo que vemos hoje, com expressões vulgares como “coisas de preto”, revela uma herança maldita do período da escravidão, que o mundo ocidental tem carregado sob a falsa máscara da “avançada” cultura helênica grega.
Promova a igualdade entre todos. Somos todos seres humanos.
Carlito Paes
Pastor Líder da Igreja da Cidade em São José dos Campos e Rede de Igrejas da Cidade.